domingo, 14 de junho de 2015

Meia noite


Meia noite chegou
E o ponteiro se cruzou.

Já não ouço galos e grilos a cantar
Me falaram que isso é coisa de roça.

Sinto saudade de lá 
Noite dos galos a cantar e dos grilos a cricrilar 

Acho que entendo este silêncio.

Os galos comeram os grilos
E os homens comeram os galos.

É isto, esta coisa de dizimar faz parte,
Parte da grande cidade.

Idolatrada por sua grande capacidade de engolir.
Esta cidade venerada apenas consome.

Percebo que não estou só
Quando abro a tela é unica janela.

Vejo um mundo de gente de sentinela
Agora não existe mais o silêncio.

Os sons voltaram
As mãos se posicionaram.

Com seus grandes ou pequenos dedos
Não sai se quer um arpejo.

Não é para tocar violão
É usada para outra situação.

Confesso, ela é a tela
Que tanto encanta uma galera.

Mas que tela?
A que te garante ver um mundo por uma única janela.

Que janela?
Você está sentado em frente a ela.


Antonio Wagner Nogueira





Um comentário:

  1. Realmente hj já não é tão comum escutar o canto dos galos e o cricrilar dos grilos, mas escutamos o barulho dos tiros e gritos por SOCORRO, infelizmente! Isso tanto faz nas roças ou cidades...

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