quinta-feira, 4 de junho de 2015

Verborrágico? Sim, eu sou


Vivo em uma sociedade onde as pessoas acostumaram-se a economizar, não bens naturais, ou em tempos de ostentação, diria que nem bens materiais, mas as pessoas poupam palavras.
Se comunicam através de frases curtas, que quando escritas ainda são abreviadas, isso quando não trocadas por emojis, que dizem tudo apenas com símbolos... não, não voltamos aos tempos da caverna, por mais que não pareça, nós evoluímos!
É que é  moda desse tempo falar pouco. As pessoas atendem as ligações com "sim", concluem o raciocínio com "ok" e se despedem com "até", tudo isso em menos de 60 segundos. Em tempos assim, o "bom dia" e o  "como vai?" é que é ostentação.
Não sei se foi herança de vovó, mas eu falo muito. E não falo apenas com palavras, falo também com gestos, confesso que rápidos, falo ainda com o olhar... Enfim, sinto necessidade de me expressar por completo, não com metade ou meias-palavras, mas com muitas, e se faltar, busco outras. Vovô diz que sempre fui tagarela, só que nessas buscas por novas palavras encontrei a palavra verborragia, acho que me encaixo melhor.
Verborragia diz-se da "compulsão para falar, loquacidade exagerada que se nota em determinados casos de neurose e psicose, como se o paciente, assim, quisesse dar vazão ao grande número de ideias que passam por sua cabeça." Desconsiderando o caráter patológico do termo, me considero um verborrágico! 
Não poupo palavras, faço-as fluir, não de forma leviana, mas com bom senso. Não tenho medo de me expor, por isso as uso de forma abundante, me deixo traduzir e ser interpretado através delas. Me permito ser descoberto quando meu olhar também fala, não me mostro pouco, é que na verdade desde pequeno entendi que sou muito, todos somos muito, então não se poupe, não se economize e VERBALIZE!

Vinícius Miranda

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