domingo, 7 de junho de 2015

Adeus Lene!



Quando te conheci,
Moça simples e singela tinha a beleza aquarela
Para um quadro se pintar.

Que moça bela!
Ela só vive a cantar.
Teu canto trazia paz Lene.

Você era de invejável beleza,
Que reluzia como cereja em um bolo a confeitar.
Você era doce, Lene. Eu não nego.

E agora sem você eu não existo!
Não consigo nem ler um livro,
Sem você para amar.

Como serão os meus dias?
Sem tamanha alegria quando teu rosto recordar.
Você iluminava Lene.

Lembro-me das primaveras e dos verões
Sem tristeza e sem retrações estava e sempre a esperar
O tempo passava meu coração delatava quando via teu olhar.

Olhar rasos de lágrimas. Lembro-me.
Que em teu rosto acariciava quando as via rolar.
As tuas lágrimas brilhavam como pedras de diamante, cintilantes.

E quando eu chorava,
Ah! Você me abraçava até a minha dor passar.
O outono, o inverno chegava e você perseverava em nunca me abandonar.

Meu amor em dias de chuva,
Você debaixo de um guarda-chuva
Estava pronta a me salvar.

E quando ensopado da chuva
Pegava a toalha felpuda
Para meu corpo secar.

E a cada dia mais linda você ficava,
E eu com meus olhos a contemplava
O teu jeito de fada quando ia tocar.

Parecia que as teclas se hipnotizavam no teu dedilhar,
E quando a música tocava eu recordava
O dia que escolhemos nos casar.

Lene,
O teu olhar, o teu sorriso,
O teu carinho nunca mudava.

E a cada dia que se iniciava
Cheia de amor brotava
Ao meu lado ao acordar.

Ah Lene! Muitas coisas a contar.
Nem mil e uma palavras iriam me calar
Que em dias de frio pegava o cobertor para nos esquentar.

Nosso fogão de lenha tem lindas histórias a relatar 
Que entre brasas o nosso amor só fazia fervilhar.
E que uma simples casinha era o lar doce lar.

Mas, o tempo passou e a saudade ficou.
Lene, porque você partiu?
Os dias para mim ficaram tão frios.

E me desperto a procurar
E do lado da cama, vazia, sinto o cheiro das fragrâncias
Que costumavas usar.

Sabe meu amor,
Você neste mundo não deixou
Nem ódio e nem rancor.

Você foi embora! Bem sei disto.
E sabe o que ficou comigo,
Foi teu sorriso em uma tarde de domingo...

Que sentada a ver o céu colorido,
Falou-me ao pé do ouvido
Amor, eu já vou.

Então, Lene recostou no meu ombro
E dormiu um sono profundo.
Ela partiu deste mundo.

E minhas últimas palavras entremeadas de lágrimas,
Eu disse:
Adeus, Lene! Eu te Amo!

Antonio Wagner Nogueira




2 comentários:

  1. Triste despedida, lindas lembranças! abraços,chica

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    1. A dor do partir é grande, mas o que fica se eterniza! Abraços!

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